4.12.07

Baglione Criações | Colaboração para Upper Playground Magazine



Para este início de trabalho contei com a participação de outros membros da "Famiglia" ( Alexandre Cruz "Sesper" + Felipe Yung "Flip" + Herbert Baglione ).

Dividi o trabalho em 3 partes : Texto + Imagens + Vídeo e o resultado você pode conferir na íntegra agora.


William Baglione



G H O S T
T O W N


O prefeito de São Paulo Gilberto Kassab é o responsável pela lei “Cidade Limpa” que está em vigor desde o início do ano. Pela lei são proibidos os outdoors, painéis luminosos gigantes, telões eletrônicos, faixas, banners, propaganda em táxis, distribuição de panfletos na rua e também os graffitis espalhados pela cidade (equipes contratadas pela prefeitura saem às ruas repintando os muros graffitados).

No ano de 2005 a publicidade em mídia exterior movimentou U$ 100 milhões com um exército de 20.000 pessoas empregadas. A cidade foi usada até o seu limite das mais diversas formas sem critérios e por isso estava desconfigurada pela poluição visual. Tirando a “máscara publicitária” é possível observar em muitos pontos uma nova cidade com sua potente e valiosa arquitetura e na contramão aparecem mais espaços disponíveis para a prática do vandalismo: graffiti e pixação.

Do ponto de vista do prefeito a cidade ganha a oportunidade de se reinventar e eu confesso que sua ousadia trouxe bons resultados principalmente por não distinguir o pequeno comerciante das grandes corporações. Marcas reconhecidas pelo forte impacto visual e pela fortuna que investem em merchandising como, por exemplo, Mcdonald’s, Coca Cola, Citi Bank, Starbucks, etc. tiveram que se adequar a nova Lei.

Saímos às ruas do centro da cidade para registrar parte do resultado negativo da Lei 11 meses após seu início e flagramos uma cidade refém de uma Lei que não consegue punir e orientar com a mesma eficiência. Passamos por ruas repletas de lojas sem nenhuma indicação de que tipo de comércio funciona ali. Neste momento apenas os locais reconhecem os pontos comerciais da cidade pela simples razão do hábito.

Os registros que fizemos foram tirados em dia de feriado nacional para observar a cidade mais de perto e provar da doce sensação do vandalismo.

O graffiti tem origem na ilegalidade e tem a característica do efêmero assim como a Pixação paulista que é única na forma e na poesia. Este é o patrimônio cultural desses artistas mesmo sabendo que o tempo irá apagar suas marcas. O desafio que se instala na cidade é a Lei x Vandalismo. Enquanto o graffiti até pouco tempo atrás era reservado aos muros e trens, hoje em dia ele está também em topos de prédios disputando espaço com a pixação.

A fonte inspiradora do prefeito é a cidade espanhola de Barcelona, mas vale lembrar que dentro de São Paulo cabem vários países Europeus.









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