Novos Projetos de William Baglione

Na última edição da revista JUXTAPOZ especial Arte Pública fui questionado pelos curadores sobre os novos projetos que tenho trabalhado e quais são os benefícios desse tipo de manifestação artística para as cidades.



A cidade de São Paulo é famosa por ser rica, cosmopolita e intensa. Mas mesmo uma cidade tão importante do ponto de vista das trocas culturais que existe com emigrantes e imigrantes, sofre com o abismo sócio-econômico que separa aqueles que tem acesso aos bens culturais, daqueles que não tem.
Para qualquer um que visite a cidade tem a certeza de que está diante de um gigante cinza e sem referências. As referências que me refiro são campanhas publicitárias em outdoor, letreiros e também laterais de prédios mal aproveitadas como suporte para intervenção artística. Para se ter uma idéia quando um graffiti feito por algum artista de renome é apagado pela prefeitura de São Paulo vira uma comoção por parte dos fãs em sites, blogs e redes sociais tamanho é nossa carência por algo que dialogue com as pessoas no seu movimento cotidiano.
É pensando nesta carência de arte pública que montei uma equipe multidisciplinar com Ivo Aguirra, Fernando de Araújo e Yara Pansani. Os projetos que pensamos para a cidade extrapolam suas fronteiras por que a arte além de ter o viés social-cultural também é um elemento importante para movimentar a indústria do turismo, vide exemplo de NYC, Los Angeles, Miami e Londres.
Para a curadoria penso em um intercâmbio envolvendo artistas locais e de outros países que tenham experiência em pintura de grande escala. Tenho em mente um time bastante qualificado para executar algumas das laterais de prédio de maior visibilidade em São Paulo, porém é importante entender que este é um projeto que não envolve apenas arte pública, pois também procura estabelecer um relacionamento com comunidades carentes na forma de workshops e outras atividades culturais. A arte é um catalizador importante na formação de crianças e adolescentes e este é o legado que pretendo deixar pra cidade.

Texto de William Baglione